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Reserva da Jaqueira – o resgate da cultura Pataxó

Esta postagem foi publicada em 11 de fevereiro de 2021 e está arquivada em Porto Seguro (BA).

Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, o povo Pataxó vivia desde Porto Seguro, no sul da Bahia, até o Rio São Mateus, no norte do Espírito Santo.

Em 1861, por decisão do Presidente da Província da Bahia, Antônio da Costa Pinto,  foram catequizados e obrigados a serem aldeados.

Toda população indígena da região foi concentrada em uma única aldeia nas proximidades da foz do Rio Corumbau e do Rio Caraíva, próximo ao Monte Pascoal – aquele que foi a primeira porção de terra avistada por Pedro Álvares Cabral.

Os Pataxó perderam, então,  a liberdade de ir e vir, tornando-se sedentários e viram suas tradições, sua língua e sua cultura serem limitadas, sendo muitas vezes obrigados a esconder seus costumes.

Em 1951, foram vítimas de um massacre, seguido de grande seca e fome, que causaram a sua dispersão.

Com a criação do Parque Nacional Monte Pascoal, em 1960, os Pataxó ficaram impedidos de caçar e cultivar as terras da área e passaram por muitas dificuldades.

Essa e outras histórias não são contadas nos livros, mas podem ser conhecidas durante uma visita à Reserva da Jaqueira, em Porto Seguro (BA).

 

A Reserva da Jaqueira

 

A história da Reserva da Jaqueira começou em 1997, quando a Terra Indígena Coroa Vermelha foi demarcada e homologada.  A TI abrange os municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, do qual Coroa Vermelha é distrito.

Durante o processo de demarcação, a área onde atualmente está a Reserva começou a ser degradada pelo dono que pretendia fazer um loteamento no local.

Com a ajuda das aldeias Caramuru, Paraguaçu, Boca da Mata, Barra Velha, Mata Medonha e a sede Coroa Vermelha os Pataxó ocuparam a área e organizaram uma comissão que foi até Brasília para resolver a questão. O conflito acelerou a demarcação da TI Coroa Vermelha, que foi homologada no dia 18 de outubro de 1997.

A Reserva foi criada com o objetivo de preservar a cultura pataxó e também cuidar dessa área, que é uma reserva ambiental.

 

A visita à Reserva

A Reserva tem desenvolvido atividades de etnoturismo – um tipo de turismo no qual os visitantes conhecem os costumes e a cultura de um povo.

A visita à Reserva tem início com a recepção no portal da Jaqueira por um monitor indígena, que conduz os visitantes ao Kijême (oca grande), onde é apresentada a cultura do povo Pataxó, a proposta de preservação da área, os costumes, o cotidiano da aldeia e a culinária.

Durante caminhadas na aldeia, o visitante pode conhecer as armadilhas tradicionais e o cultivo das plantas medicinais.  Pode também visitar o kijême do pajé, local sagrado onde são feitos pedidos a Namisu (Deus) e a invocação aos espíritos ancestrais e da floresta.

São inúmeras as atividades que podem ser feitas na Reserva. Observar a beleza da Mata Atlântica, praticar arco e flecha, aprender pintura corporal e provar o mukusui – um peixe assado na folha da patioba são algumas delas.

Por fim todos os visitantes são convidados para a dança do Awê – um ritual de agradecimento  e a visitar o kijême do artesanato, onde é possível adquirir o rico artesanato produzido na aldeia.

 

Referência:

Museu do índio. Manual de Atividades de Etnoturismo na Reserva Pataxó da Jaqueira. Aldeia Pataxó da Jaqueira/Bahia. Rio de Janeiro Museu do índio – FUNAI, 2011.

 

Informe sobre a COVID-19: Para limitar a propagação do coronavírus, as atrações podem estar total ou parcialmente fechadas. Antes de reservar, consulte as recomendações do governo local para viagens.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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