Foz do Iguaçu (PR) – Uma visão da Tríplice Fronteira, navegando pelos rios Paraná e Iguaçu

O encontro de dois rios, três países e as pontes da Tríplice Fronteira

Foz do Iguaçu, no Paraná, possui uma natureza privilegiada.

A cidade recebe anualmente milhões de turistas que a visitam, principalmente, para conhecer o Parque Nacional do Iguaçu, uma unidade de conservação federal, que conserva um dos últimos resquícios de uma mata nativa que já dominou todo o território do estado do Paraná, e onde estão as majestosas Cataratas do Iguaçu.

Mas seus atributos naturais não param por aí. A cidade é cortada pelo Rio Paraná – um dos mais longos do planeta.
O rio possui 4.880 quilômetros de extensão, estando entre os 10 mais extensos do mundo, e é o segundo maior da América do Sul, só perdendo para o Rio Amazonas.

Ele nasce da confluência dos rios Paranaíba e Grande e segue em direção nordeste-sudoeste percorrendo os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Percorre áreas do Brasil e Paraguai, desaguando no Estuário do Rio da Prata, na Argentina.

Em Foz do Iguaçu, quem quiser conhecer o Rio Paraná mais de perto pode fazer os passeios de barco oferecidos pelas agências de turismo. Nós fizemos o Iguassu River Tour, a bordo do barco Paris.

O barco subiu, no início, o Rio Paraná, passando pela Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai (cidades de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este).

A ponte foi construída durante as décadas de 1950 e 1960. Seus grandes arcos de 18 metros de altura foram uma exigência do Paraguai, que era, na ocasião, um país predominantemente agrícola. Como o nível do Rio Paraná sofre grandes oscilações, o Paraguai queria garantir que a ponte não atrapalharia o transporte de grãos, durante o período de cheias.

Chegamos até a ilha Acaray. Conhecida também como Ilha das Cobras, Acaray está localizada a 250 metros acima da Ponte Internacional da Amizade e possui 12 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica. Existe a proposta da construção de um complexo turístico no local, pela Prefeitura de Foz do Iguaçu, que vem desagradando ambientalistas.
A ilha tem origem vulcânica e abriga grande diversidade de serpentes, aves e pequenos mamíferos, que precisam ser protegidos.

Já retornando, avistamos a segunda ponte, ainda em construção, que ligará também Brasil ao Paraguai. Quando em funcionamento, ela terá uma importante função, que será o trânsito dos caminhões, ficando a Ponte da Amizade destinada ao turismo.

No lado brasileiro, a ponte tem início próximo ao Marco das Três Fronteiras.

Navegamos até as proximidades da Ponte Tancredo Neves, que liga o Brasil à Argentina (cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú), também conhecida como Ponte Internacional da Fraternidade.

À medida que o barco avança, muitas histórias vão surgindo.

Uma história curiosa é a de uma grande embarcação que deveria abrigar um cassino. O projeto foi interrompido, havendo, atualmente, apenas pessoas dando manutenção.

Marcos Baez,  guia da Iguassu City Tour

Durante o trajeto, conhecemos a foz do caudaloso rio Iguaçu – que confere o nome à cidade.

Marcos Baez,  guia da Iguassu City Tour

O passeio encerrou-se no fim da tarde. Contemplar o pôr do sol no Rio Paraná estimula a reflexão sobre sua beleza, mas também sobre os cuidados que ele precisa.

A bacia do Paraná, que abrange uma área formada por cinco estados –  Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do distrito federal, é considerada a mais poluída do país.

No trecho no qual navegamos, pudemos observar muito lixo nas margens, sobretudo do lado paraguaio. Um rio tão importante, sob diferentes aspectos, deveria ser melhor cuidado.

 

Localização:

https://maps.app.goo.gl/CjTsoPNPtZBEDKpp9