Reserva Pataxó da Jaqueira – um exemplo em etnoturismo
Esta postagem foi publicada em 5 de junho de 2023 e está arquivada em Porto Seguro (BA).Localizada a poucos quilômetros do centro de Porto Seguro (BA), a Reserva Pataxó da Jaqueira é um exemplo de como aliar a preservação da natureza e da cultura , com o etnoturismo.
Porto Seguro (BA) oferece aos visitantes muito mais do que belas praias.
Foi nessa região, entre Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália que ocorreu o primeiro contato entre portugueses e os povos originários.
Por isso, quem visita a cidade não pode deixar de conhecer seu centro histórico e uma aldeia indígena. Localizada a poucos quilômetros do centro de Porto Seguro, a Reserva Pataxó da Jaqueira oferece aos visitantes diferentes vivências.
Pioneira no etnoturismo no Brasil, a Reserva ocupa uma área de 827 hectares de Mata Atlântica e preserva, além das matas, a história e os costumes dos Pataxó, proporcionando aos turistas uma experiência única.
Os visitantes são recebidos na portaria por um guia, que acompanha o grupo durante sua permanência na Reserva.
A primeira parada é no Kijeme (oca grande) onde os palestrantes contam a história dos Pataxó e da criação da Reserva da Jaqueira.
No kijeme, os visitantes também podem conhecer os cantos e danças tradicionais, que são, para os Pataxó, uma forma de se conectar com a natureza. Participar de uma cerimônia é um experiência única.
Depois, os visitantes são convidados a conhecer a aldeia. Nas trilhas, são passadas informações sobre o modo de vida dos Pataxó, sobre as plantas importantes para a comunidade, como o pau-brasil, a patioba e a amescla, uma árvore de onde é retirada uma resina usada nos rituais e na fabricação de remédios.
Há uma casa dedicada à comercialização de artesanato: o Kijeme Tsaêhú Pataxó. Ali podem ser encontrados objetos de uso pessoal e de decoração, como colares, pulseiras, cachimbos, colheres de pau, cocares, instrumentos musicais, além de chás e remédios produzidos pelo pajé.
A Reserva também conta com uma escola, onde professores nativos orientam alunos até o 5° ano, ensinando conteúdos tradicionais e a cultura Pataxó.
Burianã Pataxó – professor
A coordenação do Kijeme Upu Ãbakoháy Pataxó ou Casa da Memória Pataxó é feita pelo artista Oiti Pataxó. Por meio de ferramentas, objetos e fotos é feito o resgate da cultura Pataxó.
Imperdível também é provar a culinária Pataxó. Um prato que faz muito sucesso é o peixe assado na folha de patioba, uma espécie de palmeira. Nós experimentamos e aprovamos, além do peixe, a batata doce, uma espécie de cuscuz com banana e chá de canela. Tudo cozido à lenha, em fogão de barro, o que confere um sabor especial.
O pajé apresenta, aos visitantes, a culinária pataxó.
Na aldeia também existe um viveiro de muda de plantas nativas, que faz parte do Projeto de Apoio à continuidade ao Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Reserva da Jaqueira.
Quem quiser, também pode participar de atividades como arco e flecha e da oficina de pintura corporal. A cor preta das pinturas é obtida do carvão e água ou sumo de jenipapo , o vermelho, do urucum e as demais cores são de barro e outros elementos da natureza. Elas têm um significado e indicam, inclusive, o estado civil de quem as usa.
Aragwaksã – Ritual da Vitória
Anualmente, a aldeia realiza um grande ritual, no dia 1°de agosto, em comemoração à importante conquista territorial, marco histórico que significou o retorno e o estabelecimento de algumas famílias Pataxó à aldeia .
No Aragwaksã, o povo Pataxó canta, dança, realiza os casamentos tradicionais e a corrida com o tronco, entre outras atividades. É uma festa que atrai índios de todas as aldeias, inclusive de outros estados e etnias. Pode se estender por até 3 dias, sendo um dia aberto a visitantes.
Durante nossa visita tivemos a oportunidade de ouvir Syratã, o cacique mais novo do Brasil, falar sobre diversos aspectos da cultura dos Pataxó: como se dá o namoro, o casamento, como as pinturas são feitas e o que representam, sobre o Aragwaksã, além de um breve retrospecto da história dos Pataxó, em Porto Seguro.
Luiz Crossi Neto e Luciana Maretti, do site Tem Cidades, com Nytinawã
Nitynawã, que juntamente com suas irmãs Jandaya e Nayara, deu início à Reserva da Jaqueira
As visitas à Reserva podem ser feitas por meio de agências ou individualmente
Para mais informações acesse:
Instagram: https://www.instagram.com/reservapataxodajaqueira/
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